segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AS - 7/13 - Peru VII - 9 Dias A CAMINHAR (mais de 150km) POR... Cachora, Choquequirao, Salkantay e MachuPicchu

 

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Mapa do percurso: 20120821a29 AS-PER CUS Cachora-Choquequirao-Salkantay-Machu Picchu
Distância total: 157km   (excluindo desvios, parte da visita a Choquequirao e os últimos metros até ao centro de Águas Calientes)

Cota máxima: 4664m - Paso Yanama
Cota mínima: 1474m - Playa Rosalina

Ponto inicial: Cachora
Pontos Intermédios: Choquequirao, Laguna Salkantay Cocha
Ponto final: Águas Calientes - Pueblo MachuPicchu

20/08/2012

Era um dia de grandes decisões... acordámos bem cedo com o objectivo de definir as caminhadas dos dias seguintes e em consequência estabelecer o dia de visita a MachuPicchu. Até Choquequirao sabíamos que íamos mas, depois de estudar os locais a visitar e de acampamento decidimos averiguar a possibilidade de fazer a travessia diretamente de Cachora a MachuPicchu, passando por Choquequirao, cuja duração média era de 8 dias. Assim, fomos fazer compras para 7 dias dado que na parte final do percurso havia indicações de venda de comida. E enquanto a Mónica foi preparar as mochilas para a viagem o Nuno foi confirmar as condições do percurso com o grupo South American Explorers. Mais que dados para nos darem, vieram incentivos e pedidos para reportarmos o que fizéssemos... pelo que seguimos com o planeado.

Com o objetivo de aproveitar a tarde decidimos também seguir neste mesmo dia para Cachora, o que nos obrigou a fazer as malas ainda mais à pressa dado que já tínhamos passado o tempo de check-out do hostel.

A correr e com a carga às costas percorremos uma boa distância a pé até ao Ministério da Cultura onde comprámos os bilhetes para Machu e Wayna Picchu, deixando 9 dias precavendo algum atraso pois estaríamos a carregar com tudo (os tours fazem normalmente 8 dias mas os turistas levam pouco mais que água) e uma vez que o bilhete de entrada é inalterável.

Apanhámos um táxi até ao terminal onde chegámos já quase ás 13h30. Numa correria o Nuno foi comprar os bilhetes em direção a Abancay (sairíamos antes, no desvio a Cachora), para o autocarro das 13h que ainda se encontrava a sair, e a Mónica levantar dinheiro. Lá conseguimos apanhar o autocarro, mas com a pressa esquecemo-nos de tirar a comida das mochilas o que nos obrigou a prolongar a hora de almoço pelo menos mais umas 4 horas.

Chegámos ao desvio onde um táxi (avisado por um dos passageiros do autocarro da chegada de dois “gringos”) nos aguardava, serviço este que recusámos dado nos terem pedido a quantia exagerada de 40 soles pela viagem de 30 minutos / 16 km (tanto como a anterior viagem de 4 horas). Já 17h00, seguimos pelo estradão a pé com a noção de que, cerca das 18h, viria a ser provavelmente necessário procurar um lugar para acampar no meio do caminho. Felizmente apenas 10 minutos depois de iniciarmos o percurso aparecia um táxi coletivo já com 4 passageiros sentados e um na mala, que nos cobrou a módica quantia de 5 soles cada um. Entrámos, o Nuno para partilhar o banco de trás com outras 3 pessoas e a Mónica para a bagageira, juntamente com uma menina, bastantes malas e uma caixa cheia de pintos aterrorizados.

Depois de muitos solavancos lá chegámos à praça de Cachora, em final de dia de festa, onde começámos o percurso em busca de lugar para acampar. Perguntámos indicações várias vezes mas a taxa de alcoolemia juntamente com a habitual dificuldade em distinguir a esquerda da direita dos peruanos (dizem sempre que temos de ir por ali e depois por ali e mais à frente viramos para ali, com uns gestos imperceptíveis) não foram grande ajuda. Heis que nos aparece o senhor Celestino Peña, que ia recolher o seu gado, a oferecer-nos a sua casa para dormirmos gratuitamente, no caso de usarmos os nossos sacos cama, ou pagando 10 soles cada no caso de queremos usar a roupa de cama. Embora se possa acampar na vila ou cerca de 2 kms depois de iniciado o percurso, dado ser já escuro, aceitámos a oferta e enquanto o senhor foi buscar os animais caminhámos de volta até ao centro. Fomos procurar um lugar para jantar/almoçar ou comprar mercearias... encontrámos um tasquinho que servia frango assado com arroz, massa e salada, com sopa e bebida pela quantia de 3 soles (menos de 1 euro).

Depois de bem jantados seguimos para casa do senhor Celestino o qual aí já se encontrava acompanhado de um casal de peruanos com o seu filho. O senhor Celestino é fundador de uma associação de arrieiros de mulas de carga, trabalho que realiza há mais de três décadas, a par com a criação dos seus inúmeros animais e cultivos.

Conversámos um pouco, este mostrou-nos umas fotografias do seu trabalho e mapas topográficos da zona e depois fomos dormir nos nossos sacos cama...

21/08/2012 - 1º Dia - Cachora-Santa Rosa

Distância parcial 1º Dia: 21,9km
Cota máxima: 3740m - Cachora
Cota mínima: 1474m - Playa Rosalina
Ponto inicial: Cachora (3740m)
Ponto final: Acampamento Santa Rosa (2060m)

Pela manhã fervemos água para preparar a nossa aveia, enchemos uma das garrafas com água fervida e depois de umas fotos com o casal de peruanos demos início à nossa caminhada, não sem antes deixar ao senhor Celestino uma gratificação pela estadia.

Ao fim dos primeiros 200 metros o Nuno que segurava momentaneamente o bastão da Mónica, tropeçou no mesmo que se prendeu e rasgou os calções de baixo até cima... lá se foi uma das duas mudas para os 10 dias seguintes (em todo o caso foram utilizados até ao fim do dia proporcionando arejamento adicional). Pior que a abertura era o facto de não serem calças o que, conjugando com a ineficácia do nosso repelente, facilitou mordidela das pernas por uma centena de moscas.

Embora tenha uma placa na praça, as indicações e o início oficial são uns bons metros abaixo por entre campos de cultivo. Subimos ligeiramente e depois mantemos a cota passando pelo miradouro de Huancacalle. Mais à frente, no miradouro de Capuliyoc, cerca de 10 km do início, avistávamos ao longe e pela primeira vez as ruínas de Choquequirao. Aqui começa a descida acentuada até ao acampamento de Playa Rosalinas (com wc, água e loja), 9km depois, passando pelos desvios às ruínas de Intihuatana e Inkaraqay, miradouro Cocamasana, uma habitação e quebrada perto do km 16 e o Cacerio (casario ou aldeia) Chikisca (onde se pode acampar, com wc, água, loja e refeições a pedido).

Até há algum tempo o trajeto até ao miradouro de Capuliyoc era acessível por carro mas atualmente o estado da estrada é deplorável com inúmeras derrocadas e enormes fendas tornando inclusivamente perigoso o transito pedonal.

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07:31 Plaza Central em Cachora (esq.), 08:35 Pastagens e campos de cultivo (centro) e 09:43 Fenda na estrada de Cachora a Capuliyoc (dir.)

Pelo caminho passámos por vários hipi-chilenos que aparentemente faziam parte do mesmo grupo mas, cada um com quem falávamos nos dizia que tinha permanecido em Choquequirao tempos diferentes, desde 3 a 5 dias. Também nos deram algumas informações, mas quase todas se vieram a revelar muito imprecisas ou totalmente descabidas...

Nos miradouros, embora não seja objetivo aí acampar, existe espaço para uma tenda se necessário.

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Vale do Rio Apurimac: 10:33 (esq.) e 10:42 (centro) Vistas do Miradouro de Capuliyoc... 11:52 ... e um pouco mais abaixo, para o Rio Apurymac (dir.)

Como um dos nossos principais objectivos era ter tempo bastante para visitar Choquequirao, teríamos de caminhar o máximo que pudéssemos no primeiro dia, idealmente cruzando o rio e reduzindo a subida do dia seguinte, de modo a ter mais horas livres para visitar o complexo.

Chegados a Playa Rosalina, quase esgotados mas ainda com 4 horas de luz, almoçámos uma sandes de chouriço, repusemos o nosso nível de líquidos acabando com toda a nossa água que bebemos quase sempre misturada com sumos em pó para dar mais alguma força (no local comprámos uma caríssima garrafa de 2,5 litros por 10 soles) e descansámos quase duas horas, tendo oportunidade para brincar com uma ninhada de minúsculos cachorros.

Depois de nos informarem que em aproximadamente 1:30 de subida estaríamos em novo acampamento decidimos continuar, cruzando o rio dentro de uma caixa metálica puxada por cordas, com a ajuda do encarregado do parque (é a única forma de o fazer dado que a ponte anteriormente existente foi levada em Abril de 2012), obedecendo ao nosso plano.

Teleférico a força de braços

Daqui sempre a subir, para percorrer quase 3 km até ao acampamento de Santa Rosa onde passaríamos a primeira noite, com custo de 2 soles por tenda (com WC ecológico, água e loja).

Devido ao peso excessivo da mochila chegaram as cãibras na cocha direita do Nuno que o atrasaram, tornando a avanço muito lento.

Com este troço adicional na outra margem, passávamos a estar adiantados ao tour normal de 8 dias.

Depois de montar a tenda cozinhamos nos nosso fogão de latas uma deliciosa refeição, constituída por esparguete envolta numa pasta de tomate e chouriço.

22/08/2012 - 2º Dia - Santa Rosa-Choquequirao

Distância parcial 2º Dia: 12km (mais alguns 2 ou 3 percorridos em visita às ruínas)
Cota máxima: 3081m - Ruínas Choquequirao
Cota mínima: 2060m - Acampamento Santa Rosa
Ponto inicial: Acampamento Santa Rosa (2060m)
Ponto final: Acampamento Choquequirao (2860m)

Pelas 6h30 recomeçámos a subida e ao fim de 30 minutos estávamos num novo acampamento, Santa Rosa Alta com WC, água e loja (1 sole por tenda).

Pelas 10h40 chegámos ao Cacerio de Marampata com muitas habitações de locais onde se pode acampar e encontrar água, loja e refeições por pedido. Embora não tenhamos averiguado as condições do espaço dada a sua utilização presumimos ter wc’s. Este costuma ser o local de repouso da segunda noite para quem faz o tour de 4 dias de ida e volta às ruínas.

Poucos metros á frente chegámos ao posto de controlo de Choquequirao, Sunchupata, onde se realiza o pagamento da entrada no complexo arqueológico (38 soles por pessoa). O bilhete dá acesso às ruínas, com múltiplas entradas em dias distintos, assim como ao parque de campismo e todas as instalações associadas (Wc e chuveiros).

Fomos os primeiros turistas do dia a chegar a Choquequirao, que nesta época parece ter uma afluência diária inferior à dezena.

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Vistas para Choquequirao de Marampata e Sunchupata: 08:50 Parte central do complexo (esq.), 09:47 Andenerias 1 (centro) e 10:09 Andeneria 2 com Casa de La Caida de Agua (dir.)

A ida até ao acampamento parece plana mas depois da subida acentuada o pouco desnível do troço é igualmente sentido com esforço. No acampamento montámos logo a tenda e almoçámos (cachorros frios).

A tarde foi aproveitada para conhecer já parte do espaço arqueológico: Pikiwasi, Complexo de las llamas (complexo de terraças com a particularidade singular entre todas as ruínas incas de ter desenhos de lamas nas paredes), Plaza Central, Talleres, Usno e Casa Sacerdotal.

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Ruínas Choquequirao: 12:42 Pikiwasi (esq.), e Edifícios Plaza Central: 13:22 Canal (centro esq.), 13:23 (centro dir.) e 13:31 (dir.)

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Ruínas Choquequirao - Pormenores construtivos: 13:33 (esq.), 13:34 (centro) e 13:34 (dir.)

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Ruínas Choquequirao - Complexo de Las Llamas: 14:04 (esq.), 14:17 (centro esq.), 14:23 (centro dir.) e 14:40 (dir.)

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Ruínas Choquequirao: 15:10 Edifícios Plaza Central (esq.), 15:16 Talleres (centro esq.), 15:56 Usno (centro dir.) e 16:04 Casa Sacerdotal (dir.)

De volta à tenda repetimos a refeição do jantar anterior acrescendo salsichas.

23/08/2012 - 3º Dia - Choquequirao-Rio Blanco

Distância parcial 3º Dia: 13,5km
Cota máxima: 3286m - Ruínas Choquequirao - Canal
Cota mínima: 1855m - Acampamento Rio Blanco
Ponto inicial: Acampamento Choquequirao (2860m)
Ponto final: Acampamento Rio Blanco (1855m)

Enquanto tomávamos o pequeno almoço saíam os tours, sendo nós assim ultrapassados.

Aproveitámos o inicio da manhã para visitar a zona de Andenerias que fica abaixo do acampamento e pouco distanciada do mesmo, onde encontramos ainda a Casa de la Caida de Água e a Roca Cerimonial.

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Ruínas Choquequirao - Andenerias: 08:35 Sistema de irrigação (esq.), 08:47 Sistema de irrigação(centro esq.), 08:54 Casa de la Caida de Agua (centro dir.) e 09:50 Roca Cerimonial (dir.)

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Ruínas Choquequirao - Andenerias: 09:11 (esq.) e 09:41 Casa de la Caida de Agua (dir.)

Na subida passámos pelo acampamento onde desmontámos a tenda e com tudo às costas seguimos mais uma vez por Pikiwasi, Casa Sacerdotal e Usno, uma vez que no dia anterior não tínhamos marcado este troço de percurso por falta de bateria no GPS.

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Ruínas Choquequirao: 11:49 Pikiwasi (esq.), 12:08 Palza Central vista de Usno (centro) e 12:16 Grandes Andenerias (dir.)

Continuámos a subir o complexo em direcção à Plaza Central, novo grupo de andenerias, Colcas e Canal e depois voltámos ao caminho...

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Ruínas Choquequirao: 12:17 Edifícios Plaza Central (esq.) e 12:29 Grandes Andenerias (dir.)

Estávamos nesta altura com aproximadamente 4 horas de atraso relativamente ao tour de 8 dias, com a aparente desvantagem de caminharmos mais devagar devido à nossa carga.

Na descida até ao acampamento de rio Blanco passamos pelos complexos arqueológicos Pajonal, da qual apenas vimos a placa informativa e nenhum vestígio de ruínas, e Pinchaunuyoc onde podemos apreciar vários patamares de andenerias já tomados pela natureza. Perto deste segundo complexo, onde aproveitamos para almoçar sandes de chouriço, existem 2 locais onde se pode montar tenda se necessário e tem um ponto de água, ainda que com muito pouco caudal.

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12:57 Vista para a descida do primeiro dia (esq.) 13:00 Choquequirao - Vista das Colcas para Plaza Central e Usno (centro) e 16:00 Pinchaunuyoc (dir.)

Quase a chegar a Rio Blanco, surpreendeu-nos encontrarmos o tour... tínhamos recuperado todo o atraso... passámo-los e chegámos primeiro ao acampamento.

O acampamento de Rio Blanco é basicamente um lugar para montar tenda ao lado de um rio do qual se pode utilizar a água. Para jantar cozinhámos novamente esparguete com chouriço.

A Mónica ainda tentou ir tomar banho ao rio, mas desistiu pois a nuvem de mosquitos era tal que o mais provável era sair da água toda vermelha.

24/08/2012 - 4º Dia - Rio Blanco-Yanama

Distância parcial 4º Dia: 13,5km
Cota máxima: 4157m - Paso San Ruan
Cota mínima: 1855m - Acampamento Rio Blanco
Ponto inicial: Acampamento Rio Blanco (1855m)
Ponto final: Acampamento Yanama (3520m)

Este era o dia que mais nos preocupava pois enfrentaríamos uma subida contínua de mais de 2km de desnível, passando os 4000m.

Pela manhã queríamos levantar bem cedo para sair antes do grupo de forma a caminharmos mais à vontade, mas o telemóvel do Nuno já não tinha bateria e acabámos por só sair às 7h30.

Embora o grupo já tivesse saído o staff deles ainda permanecia a arrumar as coisas, o qual acabou por nos apanhar na subida ao fim de 1h30... deixámos que passassem homens e cavalos e lá seguimos subindo. Ao fim de 3,7 km de Rio Blanco encontrámos um espaço de acampamento abandonado aparentemente o anterior Maizal, relocalizado 600m acima. Embora abandonado é possível montar uma tenda se necessário, água é que nem vê-la. Aqui aproveitámos para almoçar uns cachorros frios.

O grupo da noite anterior encontrava-se já em repouso no novo acampamento de Maizal onde iriam pernoitar.  Este acampamento tinha um aviso de loja com venda de comida e bebidas, no entanto dado que passámos ao lado desconhecemos a existência de WC e/ou ponto de água.

Continuámos a subida bastante acentuada e mesmo com 2 litros para cada um a água começava a escassear, pelo que foi necessário gerir a quantidade estipulando-se a bebida de 3 goles de água de 300m em 300m de altitude até á cota mais alta, Paso de San Juan, onde aproveitámos para repor as energias, bebendo mais um pouquinho e comendo uns chocolates e bolachas.

Sabendo de se tratar do habitat do urso de lunetas estávamos sempre na espectativa de encontrar um, até que... ouvimos e depois vimos uns arbustos a mexer... parámos e seguimos a movimentação... era uma vaca. O melhor que conseguimos ver foi uma pegada que talvez fosse de urso.

Passámos por algumas minas e depois foi sempre a descer até ao acampamento de Yanama, a 3,8km de distância, perto do qual a Mónica voltou a torcer o pé esquerdo 2 vezes quase seguidas.

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11:55 Subida (esq.), 16:16 Mina (centro esq.), 16:43 Caminho escavado na rocha (centro dir.) e 17:13 Yanama (dir.)

Percorrendo os últimos metros mais devagar chegámos ao acampamento, que tem também WC e água, e é gerido por uma família local que estava ausente. Enquanto a Mónica montou a tenda o Nuno foi procurar uma das duas lojas existentes na vila para abastecer alguns produtos para o dia seguinte e comprar ÁGUA, para poupar algumas pastilhas de purificação, que desapareciam rapidamente.

Das duas tiendas apenas uma se encontrava aberta: a do Sr Abel Torres Contreras, onde o Nuno, além de admirar e tentar não pisar os inúmeros porquinhos da índia que corriam pelo piso, comprou ÁGUA a preço de ouro (11 soles), 6 ovos (que pediu para cozer a troco de mais uns trocos), esparguete, duas latas de conserva, um pacote de maionese, pão e dez rebuçados... pedindo ainda para ferverem água para o dia seguinte cujo preço por garrafa (2,5 litros) seria de 1,5 soles.

O Sr. Abel tem também serviço mulas, cujo contacto poderá ser útil (Tel. 812575) uma vez que devido à queda da ponte o carregamento com mulas é interrompido, ou seja, é necessário contratar o serviço em Cachora até ao Camping Playa Rosalinas (o qual podem recorrer ao Sr. Celestino Peña) e depois é necessário chamar carregadores de Yanama ou Totora para o restante percurso... provavelmente comunicam uns com os outros de forma a assegurar a continuidade do carregamento...

O jantar foi ovos cozidos com atum e maionese...

Resumindo tínhamos deixado um dia de folga caso nos atrasássemos mas, ao fim de 4 dias, já estávamos com um de avanço... tínhamos de decidir que fazer nos dois dias sobrantes: A decisão foi fazer um “pequeno desvio” de quase 30km até à lagoa de Salkantay que nos ocuparia mais 2 dias preenchendo a totalidade dos 9 que tínhamos deixado livre até á visita a MachuPicchu, prevendo ainda ter toda a tarde livre para descansar no nono dia..

25/08/2012 - 5º Dia - Yanama-Totora

Distância parcial 5º Dia: 18,1km
Cota máxima: 4664m - Paso Yanama
Cota mínima: 3356m - Totora
Ponto inicial: Acampamento Yanama (3520m)
Ponto final: Acampamento Totora (3372m)

Pela manhã fomos á loja do Sr. Abel buscar a água encomendada, da qual aproveitámos parte para preparar o pequeno almoço de aveia comido na companhia dos cuys. Pedimos ainda mais 6 ovos cozidos e 10 rebuçados para o caminho.

De Yanama ao Paso (portela) com o mesmo nome são 10km que começam com subida ligeira que passa a acentuada, que foi acompanhada de uma mudança de chuva para neve. Antes da parte mais dura aproveitámos para almoçar ovo e meio cada um, dado termos verificado que em vez de cozidos os ovos tinham apenas sido escalfados, encontrando-se alguns já espalhados pelo saco.

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7:09 Acampamento Yanama (esq.), 9:33 Habitação local (centro) e 9:33 Saída Yanama (dir.)

Embora cansados, algo molhados e com frio tínhamos à nossa frente uma maravilhosa paisagem polvilhada com pedacinhos de neve sempre a passar, o que nos dava bastante alento. Embora não fosse aconselhável a sujeição da máquina a tais condições climatéricas não resistimos a retirá-la algumas vezes da mochila para registar os momentos.

Depois do ponto mais alto de todo o percurso (4664m) o caminho é sempre a descer e cruzado várias vezes por uma nova estrada tornando difícil a percepção do percurso. Pouco depois do complexo arqueológico de PORTOHUAYLLA, onde não conseguimos identificar qualquer tipo de vestígio arqueológico, existe um acampamento com WC, na margem de um rio.

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14:09 Paso Yanama (esq.), 16:57 Caminho (centro) e 17:21 Ponte Hornopampa (dir.)

Ao fim de 6,2km do Paso de Yanama chegámos ao Cacerio HORNOPAMPA onde encontrámos vários acampamentos com WC, água e lojas. Aqui dada a chuvada do dia o rio tinha tanto caudal que parte da estrada estava submersa pelo que fomos saltando de pedra em pedra até uma pequena ponte que nos permitiu atravessar a parte mais caudalosa (nota: esta ponte encontrava-se a data do percurso perto da placa azul indicativa de Cacerio).

800 metros depois do Cacerio estava em construção um novo parque de campismo com wc, zona de fogueira e água. Como ainda era cedo seguimos até Totora, 1,2km mais á frente, onde encontrámos acampamento com wc e água junto e uma loja onde se podem encomendar refeições. O custo por tenda seria de 5 soles, no entanto se jantássemos lá ou comprássemos algo na loja, já não pagaríamos nada pela tenda.

Faltando-nos comida para uma refeição decidimos aceitar a partilha do jantar dos senhores pela quantia de 5 soles cada. Fomos então montar a tenda enquanto a senhora preparava a comida que à falta de outro nome apelidou de “segundo” (designação dada no Peru a prato principal, neste caso único).  Consistia numa mistura de massa, batata, cenoura e conserva, acompanhados de enormes pedaços de Yuca. Comemos na cozinha, juntamente com o casal, duas crianças que pelo que percebemos no final não eram filhos e mais uma vez muitos e distintos porquinhos da Índia que corriam livremente de um lado.

De barriguinha cheia fomos dormir sobre um colchão de relva...

Embora neste dia não tivéssemos muita necessidade de água é de registar que existem várias quebradas pelo caminho, ao contrário do dia anterior.

26/08/2012 - 6º Dia - Totora-Collpapampa-Uchupampa

Distância parcial 6º Dia: 19,4km
Cota máxima: 4220m - Uchupampa
Cota mínima: 2852m - Colpapampa-Cruzamento Rio Totora
Ponto inicial: Acampamento Totora (3372m)
Ponto final: Acampamento Uchupampa (4210m)

De Totora a Collpampa o caminho é novamente cruzado várias vezes pela nova estrada estando destruído em várias zonas o que nos obrigou a cruzar algumas perigosas derrocadas de areia solta, retroceder algumas vezes e a meio do percurso acabámos por seguir pela estrada. Com a construção da nova estrada os detritos da mesma foram simplesmente atirados falésia abaixo interrompendo o percurso pedonal que podemos dizer que já não existe.

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9:09 Trilho remanescente (esq.), 9:13 Trilho interrompido (centro) e 11:06 Nova estrada (dir.)

Em Collapampa, onde chegámos ao fim de aproximadamente 7km, existem lugares para acampar (com WC, água e lojas) por toda a vila, antes e depois da ponte, que atravessámos para desviar em direção a Salkantay.

Cerca de 3km depois de deixarmos a vila chegámos ao acampamento ANDENES, localizado num lugar arqueológico com o mesmo nome, onde encontrámos WC e água. O local parece ter sido abandonado recentemente, parecendo ter uma espécie de loja já desativada, no entanto tem as condições mínimas necessárias.

Um quilómetro depois encontra-se o Cacerio Rayanpata onde se pode acampar e tem wc, água e loja.

Pelo meio almoçámos pão com sardinhas.

De acordo com o nosso mapa tínhamos ainda mais dois acampamentos: o HUAYRAC PUNKU (acampamento novo, com instalações para cozinhar/fogueira, wc e água) e o WAYRAMACHAY (tem várias casas locais na envolvente, de acordo com informação obtida prevê-se ter acampamentos, WC, água e loja, existindo inclusivamente um hotel para os bolsos mais recheados). Chegados ao segundo fomos informados que existiria 3km mais acima um espaço onde seria possível acampar, designado de Uchupampa, o que nos permitiria ficar mais perto da lagoa. Como eram ainda 16h00 decidimos continuar a subir até ao lugar indicado onde chegámos ao fim de uma custosa hora e meia de caminhada. Aqui encontrámos um casal que tinha 3 tendas de regimento montadas para receber turistas para o almoço do dia seguinte. Na realidade é apenas um espaço para colocar a tenda ao lado de um rio.

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11:16 Pnte Collpapampa (esq.), 11:20 Ponte Collpapampa (centro esq.), 15:56 Acampamento Wayramachay (centro dir.) e 16:02 Ponte em Wayramachay (dir.)

Montámos a tenda e iniciámos a preparação do jantar que não começou da melhor maneira com o fogão a tombar e o álcool em chamas e o esparguete a espalhar pelo piso relvado... lá conseguimos controlar a situação, recolher a maioria da massa, cozinhá-la e ainda fazer outro púcaro de massa para o dia seguinte. O jantar foi então esparguete com atum e maionese, condimentado com relva do chão.

27/08/2012 - 7º Dia - Uchupampa-Laguna Salkantay-Uchupampa-Collpapampa-Winaypoqo

Distância parcial 7º Dia: 24,2km
Cota máxima: 4650m - Abra Salkantay
Cota mínima: 2512m - Perto do Acampamento Winaypoqo
Ponto inicial: Acampamento Uchupama (4210m)
Ponto final: Acampamento Winaypoqo (2525m)

Às 7h45 demos inicio à caminhada até à Abra de Salkantay, quase à mesma cota do Paso de Yanama (ponto mais alto de todo o percurso), onde chegámos depois de 1h30, tendo pelo caminho o feliz encontro com várias vizcachas (animal que parece uma mistura entre chinchilas e esquilos)... meia hora a saltar entre pedras e lá encontrámos a lagoa escondida entre montanhas. O nevoeiro não nos deixou ver a totalidade de Salkantay mas levantou o suficiente para destapar a lagoa e nos permitir apreciar a sua cor azul celeste. Parece impossível como algo tão belo e tão próximo do trilho não é costume ser visitado pelas pessoas que fazem o Trek Salkantay quando vão em tour organizado.

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6:23 Acampamento Uchupampa (esq.), 7:34 Vizcacha (centro) e 7:35 Vale (dir.)

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Paso Salkantay: 8:20 A caminhar na neblina (esq.), 8:22 Gelo (centro) e 8:25 (dir.)

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Paso Salkantay: 8:36 (esq.), 8:36 (centro esq.), 8:37 (centro dir.) e 8:42 (dir.)

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Laguna Salkantay: 8:56 (esq.), 9:06 (centro esq.), 9:18 (centro dir.) e 9:20 (dir.)

Depois de inúmeras fotos iniciámos o caminho de volta a Collpapampa, parando em Uchupampa para levantar a tenda e pegar em toda a carga e em WAYRAMACHAY para almoçar massa com atum e pasta de tomate.

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10:16 Acampamento Uchupampa (esq.), 11:59 Lama (centro esq.), 12:17 Cabana em Wayramachay (centro dir.) e 12:24 Gruta Wayramachay (dir.)

Em Collpapampa parámos para descansar uns minutos e comprar bananas. Como ainda era cedo seguimos o caminho de direção a Santa Teresa... atravessámos o rio Totora onde existe um local onde é possível montar a tenda, entrando-se em zona de selva. Passa-se uma bela cascata e cerca de 4km depois de sair da vila chega-se ao parque de campismo Winaypoqo gerido por particulares, com wc (a pagar 1 sole por utilização e fechado pela noite), água e loja.

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16:07 Rio Totora (esq.), 16:35 Ponte (centro) e 16:45 Cascata (dir.)

Enquanto a Mónica montava a tenda o Nuno foi averiguar junto dos donos, que moravam ao lado, a possibilidade de nos venderem água fervida tendo acabado mordido por um dos muitos cães que se encontravam aí. Duas senhoras saíram da casa e vendo o sucedido começaram a apresentar teorias de culpabilização do Nuno: primeiro porque é propriedade privada, porque o trilho passa pelo exterior da vedação da mesma e que este não podia entrar assim (trata-se de um campismo e loja permanentemente abertos, portanto local de acesso público... o trilho segue pelo meio do campismo sendo quase imperceptível o desvio que contorna a propriedade... no dia seguinte, enquanto arrumávamos as coisas, passou um grupo guiado que seguiu normalmente pelo meio da propriedade, onde os donos expunham as bebidas e guloseimas na tentativa de vender algo); segundo porque os cães do local são selvagens e como tal deveríamos sempre entrar com um pau na mão (agora já se podia entrar desde que se tivesse um pau... em todo o caso à entrada, em vez de um cartaz a dizer “Perigo Cão entre com um pau” tem um a dizer em várias línguas “Bem vindos passem pela nossa loja”); terceiro porque o Nuno não devia ter fugido virando as costas (ora tanto não fugiu que se deixou ser mordido e na parte da frente da canela, enquanto esperava que o cão se acalmasse). Além de nenhum pedido de desculpas, nem perguntaram como estava (será que o bicho tinha alguma doença?), nem se ofereceram para tratar da ferida, nem se ofereceram para cozer o rasgão nas calças (a visita a Machu Picchu e regresso a Cusco teria de ser feita vestindo os calções totalmente inutilizados no primeiro dia ou uma calças rasgadas e com 9 dias de uso).

Depois de alguma discussão que não nos levou a lado nenhum, pedimos a água (que não ofereceram pedindo inclusivamente um preço exagerado pela fervura do mesma) e seguimos para perto da tenda onde desinfectámos a ferida e fizemos o jantar... para não variar massa com atum.

Como curiosidade salientamos o facto de nos espaço de poucas horas termos passado da neve à selva, com paisagens totalmente distintas.

28/08/2012 - 8º Dia - Winaypoqo-Llactapta

Distância parcial 8º Dia: 19km
Cota máxima: 2823m - Ruínas Llactapata
Cota mínima: 2000m - Cruzamento do rio em Playa
Ponto inicial: Acampamento Winaypoqo (2525m)
Ponto final: Acampamento Llactapata (2592m)

Depois de uma noite de chuva que fazia questão de não parar fomos preparando vagarosamente as mochilas e a tenda que acabamos por guardar toda molhada. A Mónica foi buscar a água fervida encomendada e aproveitou para questionar sobre a saúde do bicho que mordera o Nuno e trazer um pouco de água a ferver para preparar um pequeno almoço de aveia.

1km depois de iniciada a caminhada passámos no acampamento LLuscamayo, com melhores condições que o anterior, wc aberto e disponível, água, loja e um espaço onde pareciam servir refeições.

Já na vila de Playa pode-se encontrar grande uma zona comercial com muitas lojas onde é possível encontrar comida, água, restaurantes e no final alguns acampamentos geridos por particulares, assim como a paragem para os combis que seguem a Santa Teresa, destino que não íamos seguir mas que é o mais usual para quem faz este percurso: o normal é fazer de carro Playa-Santa Teresa-Hidroelectrica e daqui comboio até Aguas Calientes (ou tudo a pé mas por estrada).

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9:21 Caminho (esq.), 9:33 Teleférico local (centro esq.), 11:10 Ponte (centro dir.) e 13:26 Entrada caminho Inca a Llactapacta (dir.)

O nosso objectivo era fugir à estrada tomando um caminho mais direto (pelo menos mais curto) mas com grande desnível a subir e descer. Seguimos pela margem oposta à estrada a Santa Teresa até encontrar a sinalização de um percurso pedonal de 12km, por sinal um Caminho Inca que segue por Llactapata. No início deste trilho existem algumas lojas e já no meio pode-se encontrar o parque de campismo de Lucmabamba com espaço para acampar, WC e água, assim como o lodge LUCMALODGE.

O percurso é de rara beleza, com plantações de café e bananeiras no início e depois com bosques verdejantes, ladeando o largo caminho de construção Inca, com muros, escadas e canais.

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Caminho Inca: 13:29 (esq.), 13:37 (centro esq.), 13:46 (centro dir.) e 13:57 Peru (dir.)

Continuando a subir chegámos ao complexo arqueológico de LLACTAPATA: edifícios simples construídos mesmo em frente às ruínas de MachuPicchu, que quase não se viam devido ao nevoeiro.

Cerca de 600m abaixo das ruínas existe um parque de campismo de gerência particular com WC, onde estão a construir cabanas para um futuro lodge (5 soles por tenda). Aqui montámos a tenda e fizemos o jantar á base de arroz com atum e uma sopa de ervilhas, enquanto recebíamos a visita do senhor que se encontrava a construir sozinho as cabanas. Aproveitámos para partilhar conhecimentos e agendar uma visita às mesmas para o dia seguinte.

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Llactapacta: 16:37 Ruínas (esq.), 16:47 Ruínas (centro) e 17:27 Acampamento (dir.)

29/08/2012 - 9º Dia - Llactapata-Aguas Calientes

Distância parcial 9º Dia: 15,4km, mais algumas centenas de metros...
Cota máxima: 2592 - Acampamento Llactapata
Cota mínima: 1775 m - Perto da Hidroelectrica 
Ponto inicial: Acampamento Llactapata (2592m)
Ponto final: Aguas Calientes (2000m)

Pela manhã preparámos as mochilas, comemos pão e bananas e fomos apreciar as cabanas de construção tradicional. Pelas 9h00 começámos o último troço da caminhada que se avizinhava curta quando comparada com as dos dias anteriores. Sempre a descer até à Hidroelétrica onde nos registámos para seguir pela linha de caminho de ferro, no início da qual se podem encontrar várias tendas com comida, fruta, águas, sumos... existe também uma hospedagem e alguns restaurantes.

Comprámos bananas e umas suculentas tangerinas.

O restante caminho é maioritariamente paralelo á linha de caminho de ferro, podendo-se encontrar depois da ponte uma loja que vende água, sumos e snacks e a meio percurso o PARADERO MANDOR com alojamento e restaurante.

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9:29 Ponte Hidroeletrica (esq.), 10:28 Início da linha (centro) e 10:55 Caminho de ferro (dir.)

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Caminho de ferro: 11:03 (esq.), 11:09 Ponte (centro) e 12:58 Comboio (dir.)

Para quem vai com atenção são várias as ruínas Incas que se podem encontrar pelo caminho, sendo inclusivamente possível observar ao longe Machu Picchu. A diversidade de sons das dezenas/centenas espécies de pássaros é fantástica.

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Ruínas: 11:58 (esq.), 12:50 Machu Picchu - Recinto do Guardião (centro) e 12:50 Andenerias de Machu Picchu (dir.)

São vários os sinais avisando para não andar pela linha, mas sim pela berma e estes devem ser cumpridos pois passam ainda bastantes comboios e nem sempre se fazem ouvir com antecedência. Assim sendo, atenção nas pontes e nas muitas vezes que é necessário cruzar a linha para seguir o trilho.

Quase em Águas Calientes desviámo-nos da linha seguindo pela estrada, passando pelo caminho que nos leva ao posto de controlo de acesso a Machu Picchu e a um parque de campismo. Em Aguas Calientes ou povoado de MachuPicchu podem-se encontrar vários hotéis/hostéis para todos os gostos e bolsos, bem como restaurantes, lojas e mercados. Nota, é aconselhável sair da linha de caminho de ferro pela estrada de terra, uma vez que existem dois túneis cujo atravessamento a pé é proibido e onde não existem grandes oportunidades de escapatória a não ser encontrar uma atalho pela ribanceira.

Dada a inclinação das estradas a Mónica ficou com as mochilas enquanto o Nuno foi procurar hostel com wi-fi para colocar os contactos e a escrita em dia, o que atrasou a hora de almoço para as 18h00, num restaurante com menu económico delicioso e bem servido. Outro dos motivos para o atraso deveu-se à falta de água quente  no Hostel quando a Mónica foi tomar banho (curioso num lugar chamado isso mesmo), que levou os donos a andar de trás para a frente cerca e uma hora na tentativa de resolução do problema, sem sucesso pois se devia a falta de pressão na rede provocada por trabalhos na via pública, resultado: banho de água gelada.

Dadas as restrições alimentares dos dias anteriores o estômago da Mónica exigia também jantar, apesar da hora tardia do almoço. Assim, depois de umas voltas pelos mercados para comprar bens alimentares já esgotados como água, pão, bolachas, maçãs, tangerinas e bananas, fomos comprar uma pizza familiar para jantar e almoço do dia seguinte nas ruínas de MachuPicchu.

Depois de dias com condições atmosféricas não muito favoráveis, pelo menos para a captura de fotografias, este dia tinha melhorado consideravelmente, antevendo-se boa sorte para o dia seguinte.

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